Rachel Gonçalves
Medo de amar? Eu tenho. É estranho, porque amor trás felicidade, mas acessível a poucos, aqueles que não tem medo de se arriscar. Mas é aí que está. O medo de um "não" acaba sendo mais forte. É estranho falar sobre um medo tão comum enquanto o avião em que estou inicia o pouso no Rio de Janeiro. A aeromoça me mandou recolher a mesinha, só me resta o braço da cadeira, mas tudo bem, vamos adiante. Devem haver medos maiores, como um aicdente aéreo, despressurização, etc. Mas o que realmente me apavora são meus próprios sentimentos. Estranha, eu? Nem tanto. Um acidente acontece num dado momento e pronto. Só a emoção fica. O que tortura de verdade não é a sensação física, mas o calor do momento. Ele é latente. Como todas as dores de amor. O peso de um "não" é suficiente para abalar as mais sólidas auto-estimas. O pouso foi autorizado, o avião já vai pousar. Pensei que o medo de amar pode ser uma forma de medo de ser livre. Vai dizer que o ser humano não tem medo de ser livre? Muitos querem asas, mas morrem de medo de avião - medo de voar. Quanto mais alto o vôo, mais dura é a queda. Mas no que diz respeito a sentimentos, quem decide se o pouso será suave ou não não é a máquina, mas o próprio piloto.
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